quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Falta de identidade.


Wilson Magalhães

A atual conjuntura exige, no mínimo, alguma reflexão. Quando vemos o sucateamento do nosso sistema de ensino e as empresas tentando desesperadamente criar os mais diversos treinamentos para seus empregados e vendo uma dificuldade cada vez maior em motivá-los, cabe, realmente, alguma reflexão. Ora, temos que inicialmente revisitar as raízes históricas desta situação.

Nós, brasileiros, fomos, sempre e sempre, desde os primórdios, educados da forma mais colonialista e subserviente possível. Claro, éramos uma Colônia.

Será que entendemos suficientemente o alcance de sermos realmente independentes? Tínhamos, então, a base estrutural para sermos efetivamente independentes? Será que todo o processo não resultou apenas na independência de um país chamado Portugal? Será que pela falta de estrutura não ficamos até hoje à mercê de outros países e suas ideologias? Cabe alguma reflexão.

Até pouco tempo atrás nossos avós iam estudar na Europa, nos Estados Unidos e lá recebiam uma lavagem cerebral que tem como resultado hoje frases do tipo “Brasileiro não sabe votar”, “O Brasil não é um país sério”, “O povo brasileiro é cordeiro” e outras baboseiras, mais que hoje fazem parte do livro de cabeceira de muitos dos nossos “dirigentes”.

Com a chegada do 3ºº milênio vemos, a nosso alcance tantas e tão ricas possibilidades que ficamos, no melhor sentido da palavra, deslumbrados. Tantos dogmas, tantos conceitos, tantos preconceitos caem por terra, naturalmente movidos pelo próprio processo histórico, que ficamos deslumbrados.

Deslumbrados pela oportunidade de construirmos de maneira consciente a nossa realidade imediata. Temos á nossa disposição diversos modelos administrativos, econômicos, políticos, etc. Temos o modelo japonês, o americano, o europeu, o chinês, o russo, o alemão, todos. E o modelo brasileiro? Temos necessariamente que adotar o modelo de outros países?

Pelo menos os outros países afirmam que sim. Precisamos lembrar todo o tempo que aqueles modelos, daqueles países, elaborados com base em suas culturas individuais, nem dão tão certo por lá. Então porque adotá-los?

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